Liberdade, Ainda que Tardia
A sussurros e sussurros
A favor da independência
A mil vozes e murmúrios
Tramam a Inconfidência.
Se a derrama for lançada
Pelas ruas da cidade
Há levante, de verdade
Se a derrama for lançada
Há, de fato, Inconfidência
A favor da liberdade.
Porém, há um entretanto
Vila Rica arde em brasa
Ao relato do traidor
Joaquim Silvério dos Reis
Que os planos desfez
Confessou ao governador.
Mas a bandeira está lançada
No mundo que principia
E quer liberdade
Ainda que tarde
Com "liberdade ainda que tardia".
E grita o governador à praça
Em brasa
Num sinismo de silêncio
"Quem ousou a falar em liberdade
Esta palavra maldita
Que na colônia portuguesa
Os meus poderes limita?".
E Xavier, o Tiradentes
Deu-lhe pensamento hostil?
Deu-lhe alma de mártire?
Deu-lhe frio na barriga?
O que será que sentiu
Há pouco de perder sua vida?
A bandeira continua erguida
A favor da liberdade
Para ser enfim seguida
Mesmo que já tão tarde...
Libertas Quae Sera Tamen
*Hoje, encontrei este poema, escrito depois de uma aula de história na minha remota sétima série. Gostoso lembrar dos meus treze anos...